O ser ao nada
Por: Eduardo Leal
Ah meu
Brasil, meu Brasil, a duras penas ainda sofre o mal da juventude. A juventude que não aprende e que cai sempre
no mesmo erro vermelho que outrora assolou os irmãos orientais. Como é triste
viver em uma época tão vazia da história humana e ainda ser brasileiro.
Brasileiro que
Como
conversar em um país que ainda não aprendeu a falar, a sentir, a enxergar o
verdadeiro sem se iludir ao sepulcro brilhante? Para isso estamos caminhando, e
aí de mim que sou novo, que verei o mal corroer o que ainda restou da virtude,
da decência, que ainda era vivo na alma de nossos avós. Ai de mim que em minha velhice verei tudo que
Huxley anunciava, Orwell detalhou, e esses pobres bastardos, tão felizes em um
sonho rousseauniano, baseado em sexo, drogas e proselitismo sem fim, tanto
defendem. Eles não notam o quanto são idiotas? Eles não notam que em breve
serão esmagados a pó? Conheci uma advogada recém formada, comentei se ela
achava ruim uma formação basicamente positivista – Ela parou, respirou e me
disse sorrindo: “Não, eles ensinam muitas coisas tristes para pensarmos, também”.
Me inquiri se um dia esse ser iria me defender, por, com todas as minhas
forças, sair como um louco gritando: “Dois mais dois são quatro, seus
estúpidos. Vocês não percebem?”. E nesse momento serei julgado e defendido por
ela, com um sorriso grotesco e um saber tão, mas tão técnico, que se durante
sua fala alguém perguntar algo fora do padrão, como: “Que horas são?”, ela se
perderia e, sim, eu seria preso como um inimigo da revolução.
Como
podem ignorar alguém que deu a vida por vocês? Que na pior das hipóteses te
prometeu a vida eterna, dando assim forças
para lutar contra a escravidão terrena? Será que sexo é tão maior que
isso? Escravos, escravos, loucos escravos, pobres almas, que se retraem a um
simples feixe de luz. Vampiros soltos por todos os lados, a polícia nem os vê,
os padres, hoje mestres da demagogia, mais artistas que padres, nem os sentem,
e os que sentem são açoitados, jogados no poço do esquecimento e da ingratidão
civilizacional. Que me joguem ao fogo, então! Que retirem de mim o direito a
Palavra, a espada e de existir. Mas por quanto tempo o farão? Conseguirão
vocês, mestres do desterro, calarem a todos? E ainda se conseguirem, por quanto
tempo? Por quanto tempo um simples beijo sorvará apenas mal e egoísmo? Um ato
tão belo como uma mãe com seu filho no ventre, indefeso, mas já cheio de amor,
hoje é vitimado pelos olhos da inveja, dos
que nunca conheceram o amor e nunca conhecerão, pois o amor de fato só
existe para almas nobres, e jacobinos assim, bufões da plebe, inferiores por excelência,
não conhecem isso.
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